segunda-feira, maio 17

garoa

meu olho está doendo
de tão bonito.

entrou isso nos ouvidos
daqueles óleos pincelados
seculares, brotando das paredes da luz.

disse a beleza em pessoa,
julgando a legitimidade dos bandolins
com a sobancelha franzidamente levantada.
desconfiada,
falando do pandeiro,
do cachecol alheio.

passa pelo piano e me pede por música,
arranho o disco daquela estação, um pouco.
descrevo as notas
e logo após o alto de óculos solta o sorriso
em escala menor.

no outro caminho vemos seu clone dançante
rodopiando com movimentos mesmos.
leve igual.

me separo, para meu outro sonho.
uma cantoria magnífica.
cantante pelo ar,
no pé das cuspidas pesoas deslizando pelo céu

sinto o desejo quando a vejo novamente.

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