sexta-feira, julho 9

o nascer solar

a lua se despediu hoje,
me deu abraço fulgaz e saiu fina.

disse segurar mão versada,
disse-me segurar corpo quente,
disse-me que fica em pó,
ventando em minh'alma.

lembro de estar bela,
como cheiro de um velho lírio,
estagnado no tempo da orgia de amor.

como montanhas,
que cortam terra diante nossos olhos.
[aqui, as vemos, mas no horizonte elas somem, bem ali, de frente à crianças de barro]

é como se tivesse ido,
e deixado rastro  de linho azul,
me enfernizando alma faminta.

a mancha de céu
que desenhei por outras diversas horas
está brochando.

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