segunda-feira, agosto 2

tinta

ando por meus traços,
- digo, os do papel, dos incansáveis desenhos.
suas curvas finas e negras são abismos para mim.

curvas onde o, sempre presente, olho medieval
me acompanha numa fixação ortodoxal.
como se meu caminho fosse pro outro lado,
como se meus pés fossem mal guiados.

acredito que ele seja o tal medo,
a tal solidão.

sempre me fitando e em corroendo.

a cada gota negra,
sai de mim um pouco do céu noturno,
um pouco dos uivos e  das pequenas multilações.

tomara que minha caneta não cesse nunca.

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