agora chegou a hora
e me dá de prato cheio, o que comer.
meio azedo vou mastigando
com força
inuminando-os
será que será
como desejo e sonho ser?
me inibo de vocês aqui, malditos.
no corredor ou livro
livro de mim a ignorância
do monte
ou pelo menos tento
sento aqui,
esperando chover em mim.
mas, cuidado, jovem poeta.
não se mate em seus sonhos,
vivendo seus pesadelos.
sexta-feira, maio 28
devaneio vital nº 1
tento escorregar
mas vejo longe
chegar motivo
para eu subir mais
e lá em cima
cuspo para baixo
tudo o que não sinto
e levo tiro no peito
enquanto caio
vão passando por mim
todos os pescados da vida
e cada um me sorri
ironicamente o véu
me contanto alegremente que morri.
mas vejo longe
chegar motivo
para eu subir mais
e lá em cima
cuspo para baixo
tudo o que não sinto
e levo tiro no peito
enquanto caio
vão passando por mim
todos os pescados da vida
e cada um me sorri
ironicamente o véu
me contanto alegremente que morri.
quarta-feira, maio 26
feno
desejo, não tão cedo
mudar meu mundo
fundo meus desejos
como cidade
e cedo à meu irmão
as plaquetas de minha sociedade
quase estourando,
estou assim;
cansado de minha prisão
e do teste quase fatal.
queria tudo diferente
colorido e liberdade.
canal de chiados
dos montes aqui onde moro
meia dúzia de óculos
conterrâneos nos salvam
da ignorância pré adquirida
animo no meio dos cavalos, para viver.
e, aqui estou, e assim vou ficar
e, lá, quero estar
para dar minhas opiniões, longe.
mudar meu mundo
fundo meus desejos
como cidade
e cedo à meu irmão
as plaquetas de minha sociedade
quase estourando,
estou assim;
cansado de minha prisão
e do teste quase fatal.
queria tudo diferente
colorido e liberdade.
canal de chiados
dos montes aqui onde moro
meia dúzia de óculos
conterrâneos nos salvam
da ignorância pré adquirida
animo no meio dos cavalos, para viver.
e, aqui estou, e assim vou ficar
e, lá, quero estar
para dar minhas opiniões, longe.
dorian gray
sim, vejo ele(a)
agora
um novo instrumento para minha arte.
identifico-me orgulhosamente
com novas literaturas.
um quadro, com um belo rosto escrito
a escultura gritando a saída do mármore
como se fosse vontade própria.
modelo vivo de meus rascunhos
e a vida de a última pincelada
vítima da última pincelada, digo, facada;
quando a tinta esgota no papel
e toda você crava as idéias
a simples presença espiritual
me aflora a rte
me cortando como fogo
as linhas de uma nova escola.
a obra vital de minha morte poética,
eternizada em cheiros e flores
Harry! Se soubesse o que Dorian Gray é para mim!
agora
um novo instrumento para minha arte.
identifico-me orgulhosamente
com novas literaturas.
um quadro, com um belo rosto escrito
a escultura gritando a saída do mármore
como se fosse vontade própria.
modelo vivo de meus rascunhos
e a vida de a última pincelada
vítima da última pincelada, digo, facada;
quando a tinta esgota no papel
e toda você crava as idéias
a simples presença espiritual
me aflora a rte
me cortando como fogo
as linhas de uma nova escola.
a obra vital de minha morte poética,
eternizada em cheiros e flores
Harry! Se soubesse o que Dorian Gray é para mim!
escreverei, sim
por mais trepidantes que sejam
minhas letras são belamente
empacotadas por mim
para mim, digo.
paradigma, individual
de incertezas medievais
sonhos inalcansáveis,
mas sonhados com fervor
elas, vejo elas
gordinhas, agora
preucupadas demais
chorando diversas vezes
coitadas com negros fortes
assassinados noutros lugares.
são minhas letras,
meus poemas,
minha metalinguagem criticada.
quase por osmoze
elas saem de mim.
minhas letras são belamente
empacotadas por mim
para mim, digo.
paradigma, individual
de incertezas medievais
sonhos inalcansáveis,
mas sonhados com fervor
elas, vejo elas
gordinhas, agora
preucupadas demais
chorando diversas vezes
coitadas com negros fortes
assassinados noutros lugares.
são minhas letras,
meus poemas,
minha metalinguagem criticada.
quase por osmoze
elas saem de mim.
passo na virada do sono
transgredindo insetos gigantes
e o senhor das moscas
jogado ao chão, sujo,
acompanhado de seu bem querer
formigas flamejantes
me comem, e
me lançam
nesse barco
navegante naquele mar
que é cinza e duro
pouco depois,
vejo meus sonhos,
no trem azul
de gafanhotos negros
assassinos de meu bem querer
vejo minha pressão cair
de cara no asfalto,
e sair dançando, risonha
fugindo de mim, pros braços
do pano.
transgredindo insetos gigantes
e o senhor das moscas
jogado ao chão, sujo,
acompanhado de seu bem querer
formigas flamejantes
me comem, e
me lançam
nesse barco
navegante naquele mar
que é cinza e duro
pouco depois,
vejo meus sonhos,
no trem azul
de gafanhotos negros
assassinos de meu bem querer
vejo minha pressão cair
de cara no asfalto,
e sair dançando, risonha
fugindo de mim, pros braços
do pano.
terça-feira, maio 25
terça noite
conversamos sobre o café
ou cigarros.
discutindo risonhamente conjuntos mineiros
estranhamente descombinantes.
sylvia plath e suas
inúmeras vidas de gato
entopindo nossas orelhas.
ou cigarros.
discutindo risonhamente conjuntos mineiros
estranhamente descombinantes.
sylvia plath e suas
inúmeras vidas de gato
entopindo nossas orelhas.
segunda-feira, maio 24
mademoiselle
escrevo nessa tarde cinzenta
chuvosa.
calho a achar metáfora combinante.
subo minhas escadas com medo de encontrar
o defunto deitado em minha cama.
lendo meus livros, tirando minhas fotos.
no verão de maio vi a canção parar.
desta vez acabou o disco,
e já foram tocados os dois lados.
o defunto me olha,
sim, o encontrei em meu quarto,
e resmunga torto a dança diluída.
reencarna, depois, na simbiose momentânea
de minha visita paradoxal.
e me vê uma dose de versos, s'il vous plaît.
só meia xícara, por favor...
meia basta?
não sou tã azul como você.
basta inteira para doer o osso,
doer bom.
é bom transviar o caminho
de minha chuva.
me perco no significado.
chuvosa.
calho a achar metáfora combinante.
subo minhas escadas com medo de encontrar
o defunto deitado em minha cama.
lendo meus livros, tirando minhas fotos.
no verão de maio vi a canção parar.
desta vez acabou o disco,
e já foram tocados os dois lados.
o defunto me olha,
sim, o encontrei em meu quarto,
e resmunga torto a dança diluída.
reencarna, depois, na simbiose momentânea
de minha visita paradoxal.
e me vê uma dose de versos, s'il vous plaît.
só meia xícara, por favor...
meia basta?
não sou tã azul como você.
basta inteira para doer o osso,
doer bom.
é bom transviar o caminho
de minha chuva.
me perco no significado.
sinto agora seus braços me envolvendo
paro de me preucupar
tanto com o medo
quero fluir
nessa nova liberdade
o alimento do meu ego,
não quer ser o seu próprio
então pego esse papel
no seu teatro de sempre
dou nome a plantas amigas
e crio raízes em outro lugar,
numa escada em zigue-zague
eternizo aquele momento
eternamente fotográfico e mágico
perante aquele mar de cultuta,
onde listras se fundiram com o cinza de você.
e subiam mãos imaginárias,
no chão das letras
com certos presentes
e um fedegoso de jornal nos rodeando
discussões anarco-poéticas.
na base do trem,
onde descubro que tudo
aqueilo é real, o abraço
o cheiro, a poesia, a liberdade que me deu,
a expressão,
o troco,
a catraca, seu cabelo, sua mãe, meu pai, as películas,
verlaine, o sol, a lua, a medieval,
o ar, o queridissimo, o senhor feudal
o falso beijo imaginado.
tanto com o medo
quero fluir
nessa nova liberdade
o alimento do meu ego,
não quer ser o seu próprio
então pego esse papel
no seu teatro de sempre
dou nome a plantas amigas
e crio raízes em outro lugar,
numa escada em zigue-zague
eternizo aquele momento
eternamente fotográfico e mágico
perante aquele mar de cultuta,
onde listras se fundiram com o cinza de você.
e subiam mãos imaginárias,
no chão das letras
com certos presentes
e um fedegoso de jornal nos rodeando
discussões anarco-poéticas.
na base do trem,
onde descubro que tudo
aqueilo é real, o abraço
o cheiro, a poesia, a liberdade que me deu,
a expressão,
o troco,
a catraca, seu cabelo, sua mãe, meu pai, as películas,
verlaine, o sol, a lua, a medieval,
o ar, o queridissimo, o senhor feudal
o falso beijo imaginado.
encoste
minha mãe está oxidando
palavras não param de fugir
de meu cérebro
para os dedos. Oh lord.
me sinto medieval,
o servo e o rei
e está ficando díficil de respirar,
e ai volto à você, sol.
estático pelo papo
e minha mão em cabelo
enquanto a drámatica dorme.
aceito o abraço
ou até mesmo sua perna
para encostar minha cabeça
palavras não param de fugir
de meu cérebro
para os dedos. Oh lord.
me sinto medieval,
o servo e o rei
e está ficando díficil de respirar,
e ai volto à você, sol.
estático pelo papo
e minha mão em cabelo
enquanto a drámatica dorme.
aceito o abraço
ou até mesmo sua perna
para encostar minha cabeça
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