a lua se despediu hoje,
me deu abraço fulgaz e saiu fina.
disse segurar mão versada,
disse-me segurar corpo quente,
disse-me que fica em pó,
ventando em minh'alma.
lembro de estar bela,
como cheiro de um velho lírio,
estagnado no tempo da orgia de amor.
como montanhas,
que cortam terra diante nossos olhos.
[aqui, as vemos, mas no horizonte elas somem, bem ali, de frente à crianças de barro]
é como se tivesse ido,
e deixado rastro de linho azul,
me enfernizando alma faminta.
a mancha de céu
que desenhei por outras diversas horas
está brochando.
sexta-feira, julho 9
minas
sei que ele
é.
o céu de voz,
nuvem de mar doce flutuante
em ouvidos.
sapo dos bares negros,
pelas estradas escravas das minas geraes.
uma faca amolada
de fé amorosa,
uma fazenda cheia de fumaça
e sol quente.
defino, pois, amigo de noite só.
o escravo de meus discos,
a agulha que vos traduz em nota.
uma onda transcendendo o horizonte de meu leito.
o vinho de todo dia,
a fé que está.
a luz que brilha fosca no breu de me ser.
hesito, mesmo, trocar o disco.
é.
o céu de voz,
nuvem de mar doce flutuante
em ouvidos.
sapo dos bares negros,
pelas estradas escravas das minas geraes.
uma faca amolada
de fé amorosa,
uma fazenda cheia de fumaça
e sol quente.
defino, pois, amigo de noite só.
o escravo de meus discos,
a agulha que vos traduz em nota.
uma onda transcendendo o horizonte de meu leito.
o vinho de todo dia,
a fé que está.
a luz que brilha fosca no breu de me ser.
hesito, mesmo, trocar o disco.
flor
a manga rosa,
me guiava pela estrada.
dias e dias mais pedi à ela.
meu corpo lá, suava,
soava, timbrava mil sons de cores
onde fizeste a morada.
a rosa, meu bem,
me pedia mão, e palha,
fonte de idéias, e cachaça.
dai-vos-ei a flor da montanha,
para viver de coração,
sem machucar outrém.
para fluir-te a consagrada,
inimiga do frio e garganta,
parceira do cheiro forte,
de manhã cedo,
onde nasce o tenso e dor.
onde nasce nosso menino,
fruto da terra
que nos dá de beber,
e ele é à nós pensamento,
raciocínio pesado
quilos de poeira e grama,
entrando pela nesga da janela aberta.
me guiava pela estrada.
dias e dias mais pedi à ela.
meu corpo lá, suava,
soava, timbrava mil sons de cores
onde fizeste a morada.
a rosa, meu bem,
me pedia mão, e palha,
fonte de idéias, e cachaça.
dai-vos-ei a flor da montanha,
para viver de coração,
sem machucar outrém.
para fluir-te a consagrada,
inimiga do frio e garganta,
parceira do cheiro forte,
de manhã cedo,
onde nasce o tenso e dor.
onde nasce nosso menino,
fruto da terra
que nos dá de beber,
e ele é à nós pensamento,
raciocínio pesado
quilos de poeira e grama,
entrando pela nesga da janela aberta.
acredito na boca entreaberta
queira ser feliz,
queria, se sorriso lhe toca gentil.
queira se amor lhe é confortável,
se mel escorre doce,
se flor brota do cheiro da terra,
como se fosse risada.
ser feliz,
nos cabe ao certo,
dá o destino da saudade,
a vontade do futuro,
e o prazer do que acontece.
segue os olhos cheio de lágrimas,
pasmos de quaisquer bobeira;
segue o sorriso,
que sucesso, sucedará.
creio não fazer isso ao pé da letra,
mas o poema é sinceríssimo.
queria, se sorriso lhe toca gentil.
queira se amor lhe é confortável,
se mel escorre doce,
se flor brota do cheiro da terra,
como se fosse risada.
ser feliz,
nos cabe ao certo,
dá o destino da saudade,
a vontade do futuro,
e o prazer do que acontece.
segue os olhos cheio de lágrimas,
pasmos de quaisquer bobeira;
segue o sorriso,
que sucesso, sucedará.
creio não fazer isso ao pé da letra,
mas o poema é sinceríssimo.
quinta-feira, julho 8
outra vez mais, quero
abro o pacote de lábios.
doce e beiço.
como o de tal anos atrás,
que perdura por ventos inimigos,
que dura entre outros beijos,
de outros marcianos.
não esqueço, como era.
de trás de brincadeiras de crianças,
como se fossem adultos.
e foi indo,
assim, periodicamente belo.
de tempos em tempos,
vivendo romances de abraços,
e beijos relâmpago.
doce e beiço.
como o de tal anos atrás,
que perdura por ventos inimigos,
que dura entre outros beijos,
de outros marcianos.
não esqueço, como era.
de trás de brincadeiras de crianças,
como se fossem adultos.
e foi indo,
assim, periodicamente belo.
de tempos em tempos,
vivendo romances de abraços,
e beijos relâmpago.
a lua é diferente
escrevo torto,
teço linhas judiadas,
pelo vento.
e quem tem fome
de mim?
ninguém.
um sabotado
poeta,
unicamente grande
pra mim mesma.
minha pele sua, por hora.
e não vejo.
creio na porta de entrada,
por que sair
e desejar errado,
deixar para trás
o filme rodado,
a letra escrita,
o sonho acordado.
é como o sol pelo anoitecer,
que nos esquece de alumiar.
teço linhas judiadas,
pelo vento.
e quem tem fome
de mim?
ninguém.
um sabotado
poeta,
unicamente grande
pra mim mesma.
minha pele sua, por hora.
e não vejo.
creio na porta de entrada,
por que sair
e desejar errado,
deixar para trás
o filme rodado,
a letra escrita,
o sonho acordado.
é como o sol pelo anoitecer,
que nos esquece de alumiar.
terça-feira, julho 6
relva
espanto a lucidez
que acaba de pousar em minh'alma.
dou-lhe um tapa
e esta responde na consternação da vida.
talvez seja natural,
meus sonhos que saem como brisa,
num voo que podia não ter volta.
que acaba de pousar em minh'alma.
dou-lhe um tapa
e esta responde na consternação da vida.
talvez seja natural,
meus sonhos que saem como brisa,
num voo que podia não ter volta.
mundo mais bonito
cuido da terra,
ao ponto de deixá-la
leve, e afinada o suficiente
para receber o seu jardim azul.
carinhosamente me apego,
recito versos por entre a relva
e trato com água minha futura mãe sepulcral.
quando vejo ecoar o sol,
que bate nas verdes folhas e brilha,
sei que a garoa nos encontrará,
serena fina paz.
ouço passos subterrâneos,
dentro de mim,
quebrando minhas peles,
quebrando o brando ser.
querendo mais de meus sentidos.
ao ponto de deixá-la
leve, e afinada o suficiente
para receber o seu jardim azul.
carinhosamente me apego,
recito versos por entre a relva
e trato com água minha futura mãe sepulcral.
quando vejo ecoar o sol,
que bate nas verdes folhas e brilha,
sei que a garoa nos encontrará,
serena fina paz.
ouço passos subterrâneos,
dentro de mim,
quebrando minhas peles,
quebrando o brando ser.
querendo mais de meus sentidos.
segunda-feira, julho 5
seis horas da manhã
tenho três passos, só.
paciência,
minhas pernas
são o tempo, sabido.
amigo do ser lua
aguardo cair da noite,
mas o sol acaba de nascer.
saliência,
desses sentidos.
moralisando meus olhos
de soturnos pensamentos,
que afloram torturas e
prisões internas de vã distância.
abismo,
que vez em quando
machuco ao cair.
pois equivoco meu presente
achando-o futuro,
que é, para mim, tão belo e forte.
pensando-o como vida,
sabendo-o pouco.
pois ando cego, como os homens.
[todos homens são cegos,
nadadores de turvas águas
onde enxergam somente o próprio nariz.]
tenho três passos,
e minhas pernas cansam.
oro para ter-las
quando o luar chegar,
pois ai,
não será andar,
terei de olhar fundo.
paciência,
minhas pernas
são o tempo, sabido.
amigo do ser lua
aguardo cair da noite,
mas o sol acaba de nascer.
saliência,
desses sentidos.
moralisando meus olhos
de soturnos pensamentos,
que afloram torturas e
prisões internas de vã distância.
abismo,
que vez em quando
machuco ao cair.
pois equivoco meu presente
achando-o futuro,
que é, para mim, tão belo e forte.
pensando-o como vida,
sabendo-o pouco.
pois ando cego, como os homens.
[todos homens são cegos,
nadadores de turvas águas
onde enxergam somente o próprio nariz.]
tenho três passos,
e minhas pernas cansam.
oro para ter-las
quando o luar chegar,
pois ai,
não será andar,
terei de olhar fundo.
quinta-feira, julho 1
terreno dos sonhos
negocie loucuras,
e veja ao certo quem te vê.
compilações do barão itabirano,
ou do negro carioca,
que ficam sentados em meu mudo criado,
que me traz águas e frases, cinzeiro, balas,
óculos, lápis, caderno e linhas.
vejo essas negociadas loucuras,
bailando por entre seus olhos,
pelo seu avesso,
e quando venho para esse mundo,
quando venho pra cá,
morro no palco
bem mais velho do que eu.
um esforço futuro,
grato,
apoiando em meu ombro,
esperando a hora de trocar a máscara.
o que vejo nos olhos do palco,
não vi não vejo e não sei
quando encontrarei
paisagem que me eleve tanto,
à outros céus.
comidos por uma distância,
maior do que a minha para com
imortais letreiros nostalgicos.
me afeta,
olfato,
tato,
visão.
e esta é o que me resta.
mas de olhos no escuro,
o vídeo dos sonhos,
imaginado.
sem saber ao certo se a forma
é a mesma.
se cabelos ornam com o vestido.
imagino mais e mais.
mais intenso mais tenso.
fico tenso mais e mais.
ilumino minhas loucuras
com overdose de orquestra utópica,
que é voz e o azul no pano.
e veja ao certo quem te vê.
compilações do barão itabirano,
ou do negro carioca,
que ficam sentados em meu mudo criado,
que me traz águas e frases, cinzeiro, balas,
óculos, lápis, caderno e linhas.
vejo essas negociadas loucuras,
bailando por entre seus olhos,
pelo seu avesso,
e quando venho para esse mundo,
quando venho pra cá,
morro no palco
bem mais velho do que eu.
um esforço futuro,
grato,
apoiando em meu ombro,
esperando a hora de trocar a máscara.
o que vejo nos olhos do palco,
não vi não vejo e não sei
quando encontrarei
paisagem que me eleve tanto,
à outros céus.
comidos por uma distância,
maior do que a minha para com
imortais letreiros nostalgicos.
me afeta,
olfato,
tato,
visão.
e esta é o que me resta.
mas de olhos no escuro,
o vídeo dos sonhos,
imaginado.
sem saber ao certo se a forma
é a mesma.
se cabelos ornam com o vestido.
imagino mais e mais.
mais intenso mais tenso.
fico tenso mais e mais.
ilumino minhas loucuras
com overdose de orquestra utópica,
que é voz e o azul no pano.
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