o norte
está apontando pra cá.
e creio que ser feliz,
é aqui.
quarta-feira, julho 14
grito óptico
derramo meus olhos ao chão.
talvez doa como vampiro,
mas dor que me vem por hora,
emerge risos e noites de verão.
noites compridas de serenatas,
afinadas à sua viola.
eles rodam e rodam
sugando tudo que encontram.
pelas pupilas e cílios
vão entrando calor,
flor e bocas.
até saliva seca,
de mórbida ressaca da agonia.
ah, a mística ressaca da vínicola.
pai e mãe de manhãs infinitas.
entram outros olhos, talvez.
e desses saem medos traduzidos,
ilusões metamorfoseadas em azul ou verde.
azul que é a cor do céu,
mar, pano, pavão, maria,
olhos seus, meus,
cor da urbe, da tela,
do ser, do viver.
verde que é.
e sendo,
recolhe meus olhos e me dá.
[pelo menos, agora,
terei recheio neles.
estão em erupção de sons e sentidos,
eles gritam.]
talvez doa como vampiro,
mas dor que me vem por hora,
emerge risos e noites de verão.
noites compridas de serenatas,
afinadas à sua viola.
eles rodam e rodam
sugando tudo que encontram.
pelas pupilas e cílios
vão entrando calor,
flor e bocas.
até saliva seca,
de mórbida ressaca da agonia.
ah, a mística ressaca da vínicola.
pai e mãe de manhãs infinitas.
entram outros olhos, talvez.
e desses saem medos traduzidos,
ilusões metamorfoseadas em azul ou verde.
azul que é a cor do céu,
mar, pano, pavão, maria,
olhos seus, meus,
cor da urbe, da tela,
do ser, do viver.
verde que é.
e sendo,
recolhe meus olhos e me dá.
[pelo menos, agora,
terei recheio neles.
estão em erupção de sons e sentidos,
eles gritam.]
sopre quente em todos os lugares
és vento,
agarrado em galhos cansados.
vento que corre vespertino,
que corre o mar azul sempre que dá.
que corre o mar infinito verdejante.
vento de todos gostos,
és vento,
um señor tão bonito,
a tônica de versos do inverno.
vivo como a cor que,
com pincel, pintou em suas flores,
livre, tal qual a onda do sol,
que te barra em dois ou mais poemas.
me imagino em forma
desses galhos,
galhos que agarram seu ar,
seu mar. seu pincel de veredas indecifráveis,
vielas nas quais enxergo pouco,
e mesmo sendo cego à estas pequeninas manchas de realidade,
me perco ébriamente em seu soprar,
ó, vento.
agarrado em galhos cansados.
vento que corre vespertino,
que corre o mar azul sempre que dá.
que corre o mar infinito verdejante.
vento de todos gostos,
és vento,
um señor tão bonito,
a tônica de versos do inverno.
vivo como a cor que,
com pincel, pintou em suas flores,
livre, tal qual a onda do sol,
que te barra em dois ou mais poemas.
me imagino em forma
desses galhos,
galhos que agarram seu ar,
seu mar. seu pincel de veredas indecifráveis,
vielas nas quais enxergo pouco,
e mesmo sendo cego à estas pequeninas manchas de realidade,
me perco ébriamente em seu soprar,
ó, vento.
terça-feira, julho 13
onde se encontra?
onde estou no mundo,
que cores não me guiam?
onde estou no tempo,
quando o sal já me arranca a pele?
será que não mais terei a sorte de viver?
a chance de sentir o cheiro do azul,
ou até mesmo o calor do fogo?
quaisquer vontades são nulas,
onde terra não vive mais,
onde o canto desafina,
e versos se sentem presos,
pois não conseguem dançar.
que cores não me guiam?
onde estou no tempo,
quando o sal já me arranca a pele?
será que não mais terei a sorte de viver?
a chance de sentir o cheiro do azul,
ou até mesmo o calor do fogo?
quaisquer vontades são nulas,
onde terra não vive mais,
onde o canto desafina,
e versos se sentem presos,
pois não conseguem dançar.
sexta-feira, julho 9
o nascer solar
a lua se despediu hoje,
me deu abraço fulgaz e saiu fina.
disse segurar mão versada,
disse-me segurar corpo quente,
disse-me que fica em pó,
ventando em minh'alma.
lembro de estar bela,
como cheiro de um velho lírio,
estagnado no tempo da orgia de amor.
como montanhas,
que cortam terra diante nossos olhos.
[aqui, as vemos, mas no horizonte elas somem, bem ali, de frente à crianças de barro]
é como se tivesse ido,
e deixado rastro de linho azul,
me enfernizando alma faminta.
a mancha de céu
que desenhei por outras diversas horas
está brochando.
me deu abraço fulgaz e saiu fina.
disse segurar mão versada,
disse-me segurar corpo quente,
disse-me que fica em pó,
ventando em minh'alma.
lembro de estar bela,
como cheiro de um velho lírio,
estagnado no tempo da orgia de amor.
como montanhas,
que cortam terra diante nossos olhos.
[aqui, as vemos, mas no horizonte elas somem, bem ali, de frente à crianças de barro]
é como se tivesse ido,
e deixado rastro de linho azul,
me enfernizando alma faminta.
a mancha de céu
que desenhei por outras diversas horas
está brochando.
minas
sei que ele
é.
o céu de voz,
nuvem de mar doce flutuante
em ouvidos.
sapo dos bares negros,
pelas estradas escravas das minas geraes.
uma faca amolada
de fé amorosa,
uma fazenda cheia de fumaça
e sol quente.
defino, pois, amigo de noite só.
o escravo de meus discos,
a agulha que vos traduz em nota.
uma onda transcendendo o horizonte de meu leito.
o vinho de todo dia,
a fé que está.
a luz que brilha fosca no breu de me ser.
hesito, mesmo, trocar o disco.
é.
o céu de voz,
nuvem de mar doce flutuante
em ouvidos.
sapo dos bares negros,
pelas estradas escravas das minas geraes.
uma faca amolada
de fé amorosa,
uma fazenda cheia de fumaça
e sol quente.
defino, pois, amigo de noite só.
o escravo de meus discos,
a agulha que vos traduz em nota.
uma onda transcendendo o horizonte de meu leito.
o vinho de todo dia,
a fé que está.
a luz que brilha fosca no breu de me ser.
hesito, mesmo, trocar o disco.
flor
a manga rosa,
me guiava pela estrada.
dias e dias mais pedi à ela.
meu corpo lá, suava,
soava, timbrava mil sons de cores
onde fizeste a morada.
a rosa, meu bem,
me pedia mão, e palha,
fonte de idéias, e cachaça.
dai-vos-ei a flor da montanha,
para viver de coração,
sem machucar outrém.
para fluir-te a consagrada,
inimiga do frio e garganta,
parceira do cheiro forte,
de manhã cedo,
onde nasce o tenso e dor.
onde nasce nosso menino,
fruto da terra
que nos dá de beber,
e ele é à nós pensamento,
raciocínio pesado
quilos de poeira e grama,
entrando pela nesga da janela aberta.
me guiava pela estrada.
dias e dias mais pedi à ela.
meu corpo lá, suava,
soava, timbrava mil sons de cores
onde fizeste a morada.
a rosa, meu bem,
me pedia mão, e palha,
fonte de idéias, e cachaça.
dai-vos-ei a flor da montanha,
para viver de coração,
sem machucar outrém.
para fluir-te a consagrada,
inimiga do frio e garganta,
parceira do cheiro forte,
de manhã cedo,
onde nasce o tenso e dor.
onde nasce nosso menino,
fruto da terra
que nos dá de beber,
e ele é à nós pensamento,
raciocínio pesado
quilos de poeira e grama,
entrando pela nesga da janela aberta.
acredito na boca entreaberta
queira ser feliz,
queria, se sorriso lhe toca gentil.
queira se amor lhe é confortável,
se mel escorre doce,
se flor brota do cheiro da terra,
como se fosse risada.
ser feliz,
nos cabe ao certo,
dá o destino da saudade,
a vontade do futuro,
e o prazer do que acontece.
segue os olhos cheio de lágrimas,
pasmos de quaisquer bobeira;
segue o sorriso,
que sucesso, sucedará.
creio não fazer isso ao pé da letra,
mas o poema é sinceríssimo.
queria, se sorriso lhe toca gentil.
queira se amor lhe é confortável,
se mel escorre doce,
se flor brota do cheiro da terra,
como se fosse risada.
ser feliz,
nos cabe ao certo,
dá o destino da saudade,
a vontade do futuro,
e o prazer do que acontece.
segue os olhos cheio de lágrimas,
pasmos de quaisquer bobeira;
segue o sorriso,
que sucesso, sucedará.
creio não fazer isso ao pé da letra,
mas o poema é sinceríssimo.
quinta-feira, julho 8
outra vez mais, quero
abro o pacote de lábios.
doce e beiço.
como o de tal anos atrás,
que perdura por ventos inimigos,
que dura entre outros beijos,
de outros marcianos.
não esqueço, como era.
de trás de brincadeiras de crianças,
como se fossem adultos.
e foi indo,
assim, periodicamente belo.
de tempos em tempos,
vivendo romances de abraços,
e beijos relâmpago.
doce e beiço.
como o de tal anos atrás,
que perdura por ventos inimigos,
que dura entre outros beijos,
de outros marcianos.
não esqueço, como era.
de trás de brincadeiras de crianças,
como se fossem adultos.
e foi indo,
assim, periodicamente belo.
de tempos em tempos,
vivendo romances de abraços,
e beijos relâmpago.
a lua é diferente
escrevo torto,
teço linhas judiadas,
pelo vento.
e quem tem fome
de mim?
ninguém.
um sabotado
poeta,
unicamente grande
pra mim mesma.
minha pele sua, por hora.
e não vejo.
creio na porta de entrada,
por que sair
e desejar errado,
deixar para trás
o filme rodado,
a letra escrita,
o sonho acordado.
é como o sol pelo anoitecer,
que nos esquece de alumiar.
teço linhas judiadas,
pelo vento.
e quem tem fome
de mim?
ninguém.
um sabotado
poeta,
unicamente grande
pra mim mesma.
minha pele sua, por hora.
e não vejo.
creio na porta de entrada,
por que sair
e desejar errado,
deixar para trás
o filme rodado,
a letra escrita,
o sonho acordado.
é como o sol pelo anoitecer,
que nos esquece de alumiar.
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